Desbastes
A operação de desbaste não deve ser negligenciada, porque oferece aumentos de diâmetros mais rápidos nas árvores que permanecem, pois a produção (volume total por hectare) numa mata ordenada é independente do número de árvores por hectare.
O desbaste deve ser feito quando as copas das árvores se começarem a tocar, ou ligeiramente antes, e com uma intensidade que permita manter uma percentagem de copa viva acima dos 2/3 da altura total da árvore durante o ciclo de desbaste.
A periodicidade de desbaste vai de 2 a 10 anos, sendo os menores ciclos de desbaste para as espécies de rápido crescimento ou intolerantes ao ensombramento, no caso de zonas temperadas.
Realiza-se o desbaste com a função de corte sanitário para retirar árvores mortas, atacadas por pragas ou doenças, mesmo que não esteja programado outro tipo de desbaste.
Os desbastes são definidos por regimes que incluem o tipo, o ciclo, o peso, o grau e a intensidade.
Classificação das árvores quanto à posição relativa
As árvores são normalmente classificadas quanto à sua posição relativa no coberto vegetal, consoante a ocupação do espaço (figura 1), com o objetivo de uniformizar critérios para programar o desbaste.
Esta classificação é a seguinte:
- Dominantes (D): Árvores de maiores dimensões, cujas copas são bem desenvolvidas e sobressaem acima do nível médio das outras árvores do povoamento, recebendo iluminação direta na parte superior, mas também alguma lateralmente.
- Codominantes (C): Árvores de dimensão inferior às dominantes que apenas recebem iluminação direta na parte superior e muito pouca lateralmente.
- Subdominantes (S): Árvores mais baixas, copas mais estreitas, apertadas lateralmente pelas árvores das classes anteriores, recebem luz apenas na extremidade da copa.
- Dominada (d): Árvores inferiorizadas no coberto não recebendo luz direta.
Figura 1 – Classificação das árvores de Kraft vegetal: Dominante (D); Codominante (C); Subdominante (S); Dominada (d); Morta (m)
(adaptado de Alves, Pereira e Correia, 2012)